segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Igreja da Ordem Terceira da Figueira da Foz



Este templo, contíguo à Igreja da Misericórdia, é uma construção do primeiro quartel do séc. XIX, da autoria do arquitecto milanês Giancarlo Magne. De nave única e linhas neo-clássicas tem sofrido recentes restauros. Possui um bonito silhar de azulejos, azul e branco, executado na fábrica Viúva Lamego, em 1964, com padrão em estilo barroco. No coro-alto, conserva-se o primeiro órgão de tubos que existiu na Figueira. No altar da capela-mor, uma escultura, em madeira, de Nossa Senhora da Conceição, executada por Amálio Maia (1943). As restantes imagens (S. Francisco de Assis, Santo António, Nossa Senhora de Fátima, Senhor dos Aflitos) datam do séc. XIX e de meados de séc. XX.


Sazonalmente, é também possível visitar, no piso superior, a Sala das Sessões da Comunidade Franciscana Secular (primitiva “Casa do Capítulo”), onde se reúnem o cartório da Ordem Terceira e interessantes painéis de temática religiosa. Referência ainda a um pequeno núcleo de arte sacra, inicialmente denominada “Casa dos Santos” com a exposição permanente de várias imagens da Procissão das Cinzas (séc. XIX).
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In Figueira da Foz: Rotas do Concelho – Isabel Henriques. Organ. Divisão de Cultura, Museu, Biblioteca e Arquivos da Câmara Municipal da Figueira da Foz, ed. Figueira Grande Turismo, 2005, pp 15-31.


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A Ordem Franciscana Secular é constituída por Fraternidades abertas a todos os cristãos seculares. Nelas há lugar para jovens, para casados, viúvos e celibatários no mundo; para clérigos e leigos; para todas as classes sociais, todas as profissões, para todas as raças; para homens e mulheres. Há lugar para todos porque se busca viver segundo o Santo Evangelho como irmão e irmãs da penitência.
Os franciscanos seculares constituem uma verdadeira Ordem na Igreja. Não formam um mero movimento ou associação qualquer, mas uma ordem reconhecida como tal pela Igreja, que lhe apresenta uma forma de vida chamada Regra.
Paz e bem!


Nestes últimos tempos manifestou-se a graça de Deus, nosso Salvador, na pessoa do seu servo Francisco, a todos os homens verdadeiramente humildes e amantes da santa pobreza. Admirando a infinita misericórdia de Deus para com ele, são pelo seu exemplo incentivados a renunciar por completo à impiedade e aos interesses mundanos, a pautar a sua vida pela de Cristo, e a suspirar ardentemente pelo reino da felicidade e da esperança.
Por ter sido autenticamente pobre e penitente, é que Deus o tratou com tanta bondade e com tanto amor, a ponto não só de o retirar da futilidade da vida mundana, mas de o transformar em discípulo, arauto e pregador da perfeição evangélica, e de o guindar às alturas, como farol para todos os crentes»
(Legenda Maior, Prólogo)
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São Francisco de Assis
Assis, 1182 - idem, 1226

 
Místico italiano, fundador da ordem franciscana. Filho de um rico mercador, segue a carreira das armas. Prisioneiro dos Senhores de Perugia, fica doente após ser libertado. Esta doença marca uma mudança na sua vida. Retira-se para a Igreja de S. Damião, em Espoleto, onde, segundo a tradição, um crucifixo lhe fala. Em 1207 abandona a casa paterna e recolhe-se como eremita em S. Damião.
Inicia as suas prédicas e logo tem um grupo de seguidores. Em 1210 recebe a aprovação do papa Inocêncio III. Clara de Assis também o segue e funda a Ordem das Clarissas. Cerca de 1213 visita a Espanha, com a intenção de passar para Marrocos para pregar aos Mouros.
Em 1215 assiste ao IV Concílio de Letrão, onde o papa aprova a regra da nova irmandade. Completa a organização da ordem e pretende pregar em França, mas, aconselhado pelo cardeal Ugolino, futuro papa Gregório IX, permanece em Itália. Em 1219 une-se à cruzada do Egipto e visita a Palestina. De novo em Itália renuncia a dirigir a obra por ele iniciada, que tem crescido de modo insuspeitável, e regressa à prédica e à vida eremita. A sua figura é característica: canta nas praças, prega aos pássaros, apazigua os lobos… S. Francisco de Assis é sempre diácono, sem alcançar a dignidade sacerdotal.
Em 1224, no monte Verna, recebe os estigmas da Paixão de Cristo. Regressa doente e cego a Assis. Pouco antes de morrer compõe o seu Cântico ao Sol.
S. Francisco de Assis é uma das figuras mais atraentes do cristianismo. Centra toda a sua doutrina evangélica na pobreza. É canonizado, dois anos após a sua morte, por Gregório IX.



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CRONOLOGIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

1181 ou 1182
Francisco nasce, em Assis, Itália, filho de Pedro Bernardone, mercador de tecidos, e de Donna Pica. Recebeu, no baptismo, ocorrido na catedral de S. Rufino, o nome de João, que seu pai, ao regressar da Provença, mudou para Francisco (Francesco ou Francês), em homenagem à França, aonde ia abastecer-se de panos.
1200
Francisco é aclamado Rei da Juventude e, juntamente com a corte dos amigos, passa a vida em festas, banquetes, serenatas, guitarradas e canções, à porta das belas moças de Assis. O pai encanta-se com a fama do filho, que lhe dá grande esperanças de continuador dos seus negócios.
1202
Francisco participa na guerra entre Assis e a vizinha Perusa. Assis é derrotada e Francisco fica preso, em Perusa, durante um ano. Na prisão anima os companheiros com sua alegria e canções de liberdade.
1204
Ansioso de glória, Francisco alista-se nas hostes de Gualter de Brienne e parte, numa expedição de Assis, para a Apúlia, a libertar territórios do Papa Inocêncio III. Quando cavalgava para o campo de batalha, um sonho, tido em Espoleto, durante a noite, fá-lo regressar a Assis, onde começa a levar vida retirada, que provoca uma viragem no seu ideal.
1205
Francisco ouve do crucifixo da igreja de S. Damião esta fala: “Francisco vai reparar a minha igreja que está a cair em ruínas!”. Pedro Bernardone desagrada-se desta mudança do filho e move-lhe violenta oposição, enquanto a mãe se mostra mais compreensiva e pacificadora. O pai prende Francisco num cubículo gradeado, mas a mãe, na ausência paterna, abre-lhe as grades.
1206
Francisco despe a roupa no tribunal do Bispo de Assis, e entrega-a ao pai, exclamando: “Até hoje chamei pai a Pedro Bernardone; doravante, poderei dizer deveras: Pai Nosso que estais nos céus!” O bispo envolve Francisco nu na sua capa e este sai de Assis rumo à sua vida nova, começando a reparar a igrejinha de S. Damião.
1206 a 1208
Francisco reconstrói as igrejinhas de S. Damião, S. Pedro e Santa Maria dos Anjos da Porciúncula.
1209
Francisco dirige-se a Roma, com onze companheiros, e obtém do Papa Inocêncio III a aprovação oral da sua Regra e da sua Forma de Vida de Frades Menores.
1209 ou 1210
Francisco funda a Ordem dos Irmãos e Irmãs da Penitência, depois chamada Ordem Terceira de São Francisco (Tertius Ordo Franciscani – TOF ) e, hoje, denominada Ordem Franciscana Secular (OFS).
1212
Clara Favarone, menina de Assis, onde nasceu, a 16 de Julho de 1193 ou 1194, é recebida por Francisco, na noite do Domingo de Ramos, em Santa Maria dos Anjos da Porciúncula, dando, assim, início à Ordem das Clarissas ou das Senhoras Pobres de Assis.
1213
Francisco aceita o Monte Alverne, oferecido pelo Conde Orlando de Chiusi para que nele construa um ermitério e ali se possa entregar à oração. Monte Alverne é um dos lugares altos da vida e espiritualidade de Francisco. Ali, recebeu a impressão das chagas do Crucificado.
1216
Francisco obtém do Papa Honório III a indulgência da Porciúncula, a igrejinha Mãe da nova Família Religiosa.
1219
Francisco vai ao Próximo Oriente, onde os cristãos europeus movem guerra aos Muçulmanos, para libertarem os Lugares Santos. Dando início ao diálogo inter-religioso e ao espírito ecuménico, é recebido benevolamente pelo Sultão do Egipto, prediz a derrota dos cristãos e visita a terra de Jesus.
1221
Francisco obtém do Papa Honório III a aprovação da Regra dos Irmãos e Irmãs da Penitência, dita, hoje, Ordem Franciscana Secular.
1223
O Papa Honório III aprova a Regra definitiva ou Regra bulada ( 2 R ) da Ordem dos Frades Menores ( OFM ). Francisco celebra, na noite de 24 para 25 de Dezembro, a festa de Natal, em Greccio, aldeia do Vale de Rieti, na propriedade do seu amigo, João de Velita, que, ali, armou o primeiro presépio. Francisco oficiou de diácono na missa.
1224
Francisco tem a visão do Serafim alado, em Setembro, no Monte Alverne, recebendo, no seu corpo, as chagas de Cristo Crucificado.
1224 e 1225
Montado num jumento, prega pela Úmbria e pelas Marcas de Ancona.
1225
Visita Clara, em S. Damião. Os tratamentos que lhe fazem não surtem efeito. Fica internado em S. Damião. Ali, alquebrado, esmagado de dores e quase cego, compõe e canta, em Abril ou Maio, o Cântico do Irmão Sol ou das Criaturas. Em Julho, dirige-se a Rieti para novo tratamento e é acolhido pelo Cardeal Hugolino, seu grande amigo. No mês de Agosto o médico cauteriza-lhe as fontes, aplicando-lhe um ferro em brasa, sem resultados. Volta a Rieti, em Setembro, e, em La Foresta, renova a vinha do padre local, agastado com a devastação operada pelos admiradores e devotos de Francisco.
1226
Francisco vive em Rieti, em Fonte Colombo e em Sena. Em Maio ou Junho regressa à Porciúncula. Em Agosto ou Setembro vai ao palácio do bispo D. Guido para se tratar. A seu pedido, é levado para a Porciúncula, e, no caminho, lançado a bênção à sua cidade de Assis. Na Porciúncula dita o Testamento.
No dia 3 de Outubro, ao sol-posto, morre, rodeado dos Irmãos, banhados em lágrimas. No dia 4 é sepultado na igreja de São Jorge. Em 1228 , no dia 16 de Julho, Francisco é canonizado pelo Cardeal Hugolino, Protector da Ordem e seu grande amigo, agora, papa, com o nome de Gregório IX.
1230
No dia 25 de Maio, os restos mortais do Pai da Família Franciscana são trasladados para a nova Basílica de São Francisco de Assis.



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Direcção

Actualmente, o Ministro é António Costa Carvalho.
José da Silva Resende (Vice-Ministro), Albana Nascimento Marques (Secretária), Jorge Louro (Tesoureiro), Gilberto Figueiredo Neves e Laura Alves Silva (Vogais).
José Joaquim Aleixo (Mestre de Formação)
Reverendo Cónego João Coutinho Veríssimo – Assistente Espiritual